TUA!...
Pertenço-te no silêncio dos meus lábios Que dão guarida aos meus segredos. Pertenço-te na primeira luz da manhã, Enquanto o sono abraça teus olhos, Possuidor dos teus caminhos e vontades. Pertenço-te, sem saber porque, nem como, Sem explicações e mesmo anonimamente. Pertenço-te no desejo atrevido e húmido Que te instiga a imaginação e te dilui a razão. Pertenço-te quanto mais me negas, E sei-me tua nos beijos que não me deste, Nos arrepios que eriçam meu nome em tua nuca, Nos sussurros que em tua boca acorrentas. Pertenço-te na indecisão das tuas mãos, E nas tuas tantas deliberadas recusas, Nas trilhas em que ocultas tuas confissões. Pertenço-te na distância que me impões Quando transbordam carícias do teu corpo E indefeso, clamas para que meu tacto adormeça. Pertenço-te nas entregas que adias, Nos carinhos que tão bem atas, E que vais somando aos teus desamparos. Pertenço-te, quando teu corpo se debruça Buscando em meu êxtase, os teus ais. Pertenço-te no espalmar...