Sei imensamente nada sobre o Universo Mas sei Que a Poesia É o lado de lá Onde se define a não definição Do dentro das coisas.... E sei que o silêncio É o caminho por onde se chega Aonde se não está!... Juntos - o silêncio e a poesia - É que sabem saber o que seria.... Eles bem sabem ir por dentro dos murmúrios Adivinhar o choro Ou entender o namoro... Dos lírios, das papoilas e dos antúrios.
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A mostrar mensagens de junho, 2009
2 anos!...
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Quero dizer-te uma coisa simples e tão simplesmente te digo que a tua ausência me dói! Refiro-me a essa dor que não magoa, que se limita à alma ... mas que nem por isso deixa, que fiquem alguns sinais... um peso nos olhos, no lugar da tua imagem, e um vazio nas mãos, como se as tuas mãos lhes tivessem roubado o tacto. São estas as formas do amor, podia dizer-te; e acrescentar que as coisas simples também podem ser complicadas, quando nos damos conta da diferença entre o sonho e a realidade. Porém,é o sonho que me traz a tua memória; e a realidade aproxima-me de ti, agora que os dias correm mais depressa, e as palavras ficam presas numa refracção de instantes, quando a tua voz me chama de dentro de mim e me faz responder-te simplesmente... como a tua ausência me dói!...
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"O poema me levará no tempo Quando eu já não for eu E passarei sozinha Entre as mãos de quem lê O poema alguém o dirá Às searas Sua passagem se confundirá Como rumor do mar com o passar do vento O poema habitará O espaço mais concreto e mais atento No ar claro nas tardes transparentes Suas sílabas redondas (Ó antigas ó longas Eternas tardes lisas) Mesmo que eu morra o poema encontrará Uma praia onde quebrar as suas ondas E entre quatro paredes densas De funda e devorada solidão Alguém seu próprio ser confundirá Com o poema no tempo" (Poema de Sophia de Mello Breyner Andresen )